Se é Química, a fórmula das nossas ligações covalentes e a divisão atômica de elétrons radiantes, apaixonadamente iônica, percorre fluídos dos nossos metais no momento do encontro, confesso, ficam minhas molaridades trêmulas, desejosas de somas e divisões.
E se na Biologia nos entrelaçamos em azinhos e azões, beijinhos e beijões. Nossa cadeia alimentar é à base de tua carne na minha e a minha na tua, nuas. Eis a perpetuação da nossa espécie. Num evolucionismo do amor e num criacionismo da vida soprada nas narinas de um novo homem, que sou.
Se é coisa da Língua, a sintática sintética verdade objetiva e direta, seria: Eu te Amo. E mesmo que pareça transitivo, meu período é composto por subordinação ao sentimento mais puro. E adverbial de causa porque é de verdade o que digo. E consecutiva. Amo tanto que me ponho a escrever muito.
Mas, se é coisa da Arte, meu sentimento é rupestre. Ainda é rabisco no que diz respeito ao tempo. Ainda crescerá, mas já se mostra beirando o Romantismo extremo. No calor da vontade, é ávido ao Naturalismo. No frio da distância é Abstracionista. No sonho de te ter só minha é Futurista. No encontro do beijo, é Surreal.
Se for Matemático, não sei. Nunca fui bom em exatas. É capaz de cairmos em dízimas periódicas. Não saberei mais nada, além de nossas potências nos contatos e equações de segundo grau. Matriz minha, do amor. Se não houver correspondência, o meu problema será ser um conjunto vazio e não estar contido no teu universo. Deixado de lado, tu sendo o seno e eu a tangente.
Se for Física, que nossas massas em repouso saiam do ponto A ao ponto G numa velocidade constante e que finde nossos vetores em ápices por segundo, na hora H.
Se for Sociológico, lógico, o amor será socialista dividindo prazeres em partes iguais. Ao passo que seremos propriedade privada um do outro. Um relacionamento dialético.
Se for Filosófico, meu amor será sem sofismas. E jamais será Platônico.
Mas desejo do fundo do meu coração que seja Histórico. E pra sempre.
Mas se for recreio, melhor ainda. Em 15 minutos consigo algo. Pelo menos o suficiente pra te fazer querer mais no fim dos tempos de hoje. Deus queria que saiamos cedo! Para termos mais tempo de revisar nossas matérias.
Não tiro da cabeça a tua formatura, criatura. E não vejo a hora dos estudos para o Vestibular.
Revisões e revisões. Cursinhos, reforços e aulões.
Que o fôlego não falte. Pois depois disso, na Universidade, escolherei um curso qualquer que tenha Anatomia. Aí os estudos serão com mais intensidade.