tag:blogger.com,1999:blog-42917023956699630342024-03-18T19:49:32.743-07:00VerveRodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.comBlogger63125tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-80025172721310952552014-12-04T12:21:00.001-08:002014-12-04T12:21:46.004-08:00recado<div class="MsoNoSpacing">
Há uma corda tênue que cruza o vão do pensamento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Se equilibra o meu amor por ti e qualquer vento que o
balança me apavora<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Por que não vejo o chão do vão e é tudo escuridão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Não sei o motivo dessa travessia, mas sei que há algo que
faz o sentimento seguir em certo equilíbrio <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Rumo ao outro extremo que pouco me importa saber qual é agora<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Me importo em torcer pra que o amor não caia e que
consiga o que quer, seja lá o que for<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Por que tenho a leve impressão que o nome desse abismo
coberto de escuridão é esquecimento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E esquecer do meu amor por ti é te apagar da minha
história<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
Por que tenho a leve impressão que o nome dessa corda é
minha vida.<o:p></o:p></div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-85510370030101359362014-08-22T16:20:00.002-07:002014-08-22T16:20:39.404-07:00Sonho de um Sonho<div class="MsoNoSpacing">
Certa noite sonhei que eu era o teu amado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Sonhei que tu sonhavas comigo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Que eu era mais que teu amigo <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E que tu me tinhas desejado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era o sonho mais perfeito que eu já tinha sonhado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Na bendita noite desse sonho acalorado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Acordei desejando estar contigo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Fazer teu corpo o meu abrigo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Te dar um beijo prolongado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era o plano mais perfeito que eu já tinha planejado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Ao amanhecer o dia desse sonho apaixonado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Despertei em sobressalto como se de um abismo tivesse
despencado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Fiquei mudo apavorado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Abri meus olhos e o que vi foi teu corpo em repouso ao
meu lado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era sonho por demais fantasiado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Percebi que era um sonho dentro doutro encaixado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Sonhei que no meu sonho eu sonhava duplicado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Mas o bom que desses sonhos sempre eras tu que me
mantinha animado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Sonhar que está sonhando só é bom acompanhado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era o delírio mais perfeito que eu já tinha delirado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Ao saber-me estar em meio a um sonho dentro de um sonho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Te fiz nua em meu desejo te desposei em matrimônio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Fiz o que quis e o que pediste<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Me recostei nos teus ombros<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era pressão do meu corpo marcando teus flancos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Nessa hora já nem sei de qual sonho é o relato<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Só sei que o meu prazer saiu aos poros no contato<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Minha boca percorrendo o teu corpo inflamado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Pudor não haveria se era sonho apaixonado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era a confusão mais ardente que eu já houvera me queimado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era um sonho de um sonho de um sonho ao teu lado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
De um desejo que o desejo já havia imaginado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
De um corpo que o meu corpo jamais havia tocado<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
De um dia em que um dia sonharei bem acordado. <o:p></o:p></div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-7509127002848016092014-04-26T12:32:00.001-07:002014-04-26T12:32:47.654-07:00Metrônomo<div class="MsoNoSpacing">
O corpo em pose. Em flexão. Em extensão. Em combustão. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Alongado. Retraído. Relaxado. Comprimido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo espaço. Campo. Lugar. Ambiente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Meio. Regaço. Castigado. Evidente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo em lentidão. Em arrepio. Em exercício. Em
prontidão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo músculo. Másculo. Místico. Mágico. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo nu. Em nó. Em laço. Envolto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo em si. Um só. Ao sol. E só.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo exaurido. Exausto. Marcado. Abatido. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo esguio. Em repouso. Em contato. Acolhido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo em líquido. Lânguido. Límpido. Vívido. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo em prosa. Roteiro. Poesia. Arpejo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Num chuvoso dia. De frio. De fome. De morte. Desejo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Ou num dia. De fogo. De fuga. De música. De beijo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Ou na tarde. Santo. Em jejum. Sendo um. Tendo dois.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
O corpo em dança. Movimento. Sentimento. Pra depois. <o:p></o:p></div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-42949138331657170162014-04-26T11:42:00.002-07:002014-04-26T11:42:29.046-07:00Qualquer prosa sobre o Fracasso e um Viva<div class="MsoNoSpacing">
O fracasso é um cordãozinho cheio de continhas e essas
continhas são os fracassinhos amarradinhos um ao lado do outro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O fracasso é artesanal. Você faz com suas próprias
mãozinhas. Um por um. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Uns fazem pulseiras. Coloridinhas. Cheias de fracassinhos.
Uns intercalam, colocam uns fracassões bem grandes mesmo, centrais. Ao redor
uns médios, depois pequenos, depois menores. Intercalam numa lógica e ficam
até bonitos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Outros fazem cordões de fracassos. Tremendos patuás de
fracassos. Rosários de fracassos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Tem fracassos que de tão grandes servem de medalha. Caem
bem num decote.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Nunca saem de moda. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
Nunca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Viva a eterna tendência! </div>
<div class="MsoNoSpacing">
Viva ao Fracasso!</div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-5352604940843561362014-04-07T15:05:00.001-07:002014-04-07T15:05:08.328-07:00A Rebelião na Cozinha<div class="MsoNoSpacing">
A faca, o prato e o filé<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Mandaram avisar a comunidade do talher<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Que na sociedade não dependem de colher<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E que o garfo só garfa quando quer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O prato raso mandou até avisar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aguenta sopa e o que mais inventar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A colher de café gritou lá do armário<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Que não vê razão pra mais um inventário<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A sobremesa tremeu na base<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era gelatina, taça da felicidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Pensou pra onde foi toda aquela novidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era concha e espátula de toda cor e qualidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Na era do silicone recalcaram-se os inox da
tradicionalidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquela cozinha era só barulho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Panelas aliaram-se às colheres no murmúrio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Batiam-se no tumulto como numa mini Argentina<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
As bocas do fogão gritavam a ladainha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E acenderam o fogo da revolta na alma da cozinha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Os armários abriram suas portas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saltaram de lá pratos como ninjas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
No chão se espatifaram sangrando azeite de oliva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A mesa vibrava, o saleiro chorava as lágrimas mais salgadas
pela briga<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Até que rapidamente dois panos de prato <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Subiram nas vassouras no topo de seus cabos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Gritaram tão alto que todos calaram<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Como bandeiras da paz então proclamaram<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Silêncio, cozinha! Os humanos chegaram!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Gavetas e portas então se fecharam<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Pressão da panela, suava o fogão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era suspensa a ameaça de rebelião<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E como num passe de mágica voltaram aos seus postos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Era o grande momento de pratos e copos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Talheres, travessas, potes e jogos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A cozinha calou pra atenderem ao propósito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Servir de utensílio para refeição <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E diante dessa poesia nos fica a lição<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Apesar dos discordes cumprir a missão.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-17553674911688374562014-04-07T14:30:00.002-07:002014-04-07T14:31:19.972-07:00Rabisco sobre a esperança<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpqEiofsGFyJ-UZHDpVGVQX8S9CoH4zZq70cixvyeNhnldzoHRvQEL0yuVlukKkG_QIrvaMA4yLcnBo6qoAtGR3OaK-9m5gnptwfWsF16qGk95LTuqI8Kmf1AceU9jbaTngHRPOz_h8xo/s1600/Nota+de+ideia_20140114_035049_01(4).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpqEiofsGFyJ-UZHDpVGVQX8S9CoH4zZq70cixvyeNhnldzoHRvQEL0yuVlukKkG_QIrvaMA4yLcnBo6qoAtGR3OaK-9m5gnptwfWsF16qGk95LTuqI8Kmf1AceU9jbaTngHRPOz_h8xo/s1600/Nota+de+ideia_20140114_035049_01(4).jpg" height="320" width="253" /></a></div>
<br />Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-36293607545429432702014-03-29T11:47:00.002-07:002014-03-29T11:51:54.411-07:00Amor pra depois<div class="MsoNoSpacing">
Aquele quintal <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aqueles dois meninos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vão ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele embalo da rede<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
No domingo de preguiça <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquela ida à igreja <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquela sobremesa <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele cachorro correndo <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Naquele mesmo quintal <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
que vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquela cerveja gelada <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Na tarde quente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele ciúme <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele sorriso <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele afago<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele abraço <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele aniversário<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele retrato<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele carinho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquele sentido <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquela razão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Aquela emoção<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
vai ficar pra depois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Pausa a vida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Eu espero nós dois<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Mas não cancela <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O que destino compôs<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Não anula o direito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Rasura a escrita mas não apaga a rima desse amor pra
depois.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-39693839833524089712014-03-29T11:42:00.004-07:002014-03-29T11:55:08.109-07:00Das Muitas SaudadessSaudades das mais variadas eu tenho de ti<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
São espécies de saudades únicas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
São saudades mil de coisas mil de delírios mil<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de saudades de saudades<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
São saudades de coisas que nem fizemos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de horas que nem vivemos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de sonhos que nem tivemos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de saudades de saudades<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
São saudades de coisas tão reais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades e desejos racionais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
De saudades de planos ideais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de saudades de saudades<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
São saudades de pele, peso e medida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades da fome de ser tua comida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
E saudade da sede e necessidade da vida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de saudades de saudades<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Sinto saudades das mais variadas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades da água na boca<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Da língua em atrito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades da pausa cansada<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Do suor nos poros<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Do corpo tenso e do beijo imenso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades do encontro escondido<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de saudades de saudades<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades tenho dos dias em que você chegava<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades das noites que eu te encontrava<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades da saudade que teu beijo dava<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Do encaixe do abraço, da mão que apertava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades de saudades de saudades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Do corpo em repouso. Do peito nu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Da cor dos olhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Saudades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-10382804793385209282013-09-30T13:41:00.000-07:002013-09-30T13:41:03.217-07:00O Poema Forçado<div class="western">
<b>I. O Poema Forçado</b></div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
Ontem eu quis te escrever um poema</div>
<div class="western">
Um poema que falasse de saudade</div>
<div class="western">
Ou qualquer poema independente do tema</div>
<div class="western">
Mas um poema que dissesse a verdade</div>
<div class="western">
<br />Dei mil voltas, fiz vários esquemas</div>
<div class="western">
Mas a tua falta se mostrou um problema</div>
<div class="western">
E no papel sequer saiu uma frase pequena</div>
<div class="western">
E me sinto um poeta fiasco, </div>
<div class="western">
poeta digno de pena</div>
<div class="western">
<br />
</div>
<div class="western">
Mas hoje de qualquer jeito eu tinha que te
escrever um poema</div>
<div class="western">
Um poema que te mostrasse verdade</div>
<div class="western">
Nem que fosse um poema à vontade</div>
<div class="western">
Um poema sem norma, um poema sem lema</div>
<div class="western">
<br />
</div>
<div class="western">
Abri dicionários, roubei relicários, me fiz ao
contrário pra criar um poema</div>
<div class="western">
O destino ao final se mostrou solidário</div>
<div class="western">
Fiz esse poema primário que em nada lembra os
passados
</div>
<div class="western">
No bom tempo em que eu te tinha ao meu lado</div>
<div class="western">
E bastava te ver que fluía poema</div>
<div class="western">
Bastava escrever que fluía poema</div>
<div class="western">
<br /><br />
</div>
<div class="western">
<b>II. O Espontâneo do Poema Forçado </b>
</div>
<div class="western">
<br />E naquele tempo o que era poema</div>
<div class="western">
Senão acariciar a tua pele lisa e morena?</div>
<div class="western">
Controlar fluidez era o grande dilema</div>
<div class="western">
Domar o teu corpo gemendo em fonema</div>
<div class="western">
Ao som do sussurro que a orelha esquenta</div>
<div class="western">
E tanta lembrança que inspira e atormenta</div>
<div class="western">
Só faz-me pensar que a tua presença
</div>
<div class="western">
Minha pobre e opaca poesia sustenta</div>
<div class="western">
<br /><br />
</div>
<div class="western">
E foi ao natural até aqui minhas linhas</div>
<div class="western">
E ao vendaval das lembranças contidas</div>
<div class="western">
Me veio um sopro, soprando as narinas</div>
<div class="western">
Tomou-me o corpo solapando a vida</div>
<div class="western">
Em meio ao instante, no segundo que finda</div>
<div class="western">
Na saída da hora, o minuto que alinha</div>
<div class="western">
E descompasso do peito, </div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
é o coração chorando
poesia.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>III. Força do Poema Forçado disfarçado no Espontâneo</b></div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
Hoje eu quis te escrever um poema</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Um poema que fizesse as pazes
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Um poema que calasse a vontade</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Que fizesse dormente a saudade e a doença </div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<b>IV. O Fim do Poema Forçado </b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quis e fiz</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Fim. </div>
<div class="western">
</div>
<div class="western">
<br /><br />
</div>
<div class="western">
<a href="" name="_GoBack"></a><br /></div>
<div class="western">
<br /><br />
</div>
<div class="western">
</div>
<div class="western">
</div>
<br />
<div class="western">
</div>
<br />
<div class="western">
<br /><br />
</div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-60970239953529455022012-08-14T15:35:00.001-07:002012-08-14T15:35:23.473-07:00O epílogo introdutório do início do fim<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Finda a noite dessa
nossa vida</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Finda a tarde em
pérolas ao chão</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Finda a nossa linha e
na estação
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O coração que
desafina</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E no vibrar de um
dedilhar em fuga a rima</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Na fina corda o violão
tão sem canção</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E a emoção que tu
sentias hoje à mingua</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Tão minha a tua dor
que esquadrinha</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Vem
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E posta esse teu corpo
em flexão</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em contrição
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Dá-me tua mão</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Que é tudo em vão</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Que é tudo um vão</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Finda a poesia dessa
nossa coisa</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Finda a coisa que sem
valor foi-se ao chão</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Finda a linha, finda
essa canção</div>
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-34678820937281225542012-06-06T14:26:00.003-07:002012-06-07T05:08:05.667-07:00Da Confusão do meu silêncio<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Tava aqui em silêncio
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Olhando para o nada</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada cala o meu peito</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada emudece essa
fala</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em nada estipulo
conceito</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada descansa essa
alma</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada que eu faça é
direito</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada atrai essa calma</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada é tão forte e
estreito</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada abranda a
revolta
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada detém meu
desejo</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
É nada se te tenho de
volta</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E tudo o que quero é
teu beijo</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E tudo o que tenho é
saudade
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E tudo o que penso em
meu leito</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
É tudo o que tens de
vontade</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E tudo o que faço é
sem jeito</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E tudo o que digo é
verdade</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em tudo que olho te
vejo</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E tudo se faz mais
coragem</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Tava aqui em silêncio</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Olhando para o nada</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nada me faz mais
inteiro</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Que imaginar nossas histórias casadas.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-65621054427516418662012-06-03T09:34:00.003-07:002012-06-03T09:34:25.019-07:00Testificado<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Deus, escrevo-te não
por incapacidade de com a boca dizer o que sinto,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
ou por incredulidade na
presença constante do teu espírito.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sei que és presente
até quando eu não quero.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sei que me ouves até
quando não digo.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Escrevo-te não por
querer gerar um documento que sirva como testamento de que pedi,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
e posteriormente fui
atendido,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
como uma nota fiscal,
um recibo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Escrevo-te não só
para que minha oração rabiscada vire obra desejada.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas também para que ao
ser lida, seja prece duplicada.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E talvez logo atendida.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Deus, escrevo-te não
por exibição.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não para pôr à prova
a minha coesão.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não para tonar pública
a minha confissão,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
mas escrevo-te clamando
por interseção dos que me lêem,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
e compaixão dos que me
chamam de irmão.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Escrevo-te, meu pai,
não por querer uma simples resposta,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
não por querer uma
resoluta posição.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas escrevo-te, meu
Deus, muito mais por não saber o que fazer,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
depois de tentativas
inúteis visando conclusão.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Temo ter falhado
miseravelmente na missão como cristão.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Deus, escrevo-te não
por ter fé, mas por tê-la perdido.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sendo este aqui seu
último suspiro.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Escrevo-te prolixo,
escapando ao objetivo,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
mas não por medo do
teu silêncio,
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
mas por temer o teu
juízo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-64198657801996201992012-05-28T15:51:00.000-07:002012-05-28T15:59:31.904-07:00Do Amor à BruxaÊ, morte saborosa é essa de amar você<br />
Ê, espasmo muscular esse que tenho ao te ver<br />
Ê, dor aguda, angústia que sinto<br />
Ao ver teu vestido contra a luz<br />
Transparecendo levemente teu íntimo<br />
Que delícia, alva louça<br />
Despertas meus instintos<br />
Cão do meu espírito<br />
Foice da minha morte<br />
Da minha carne o espinho<br />
Do trevo a falta de sorte<br />
Ê, esclerose das minhas sensações<br />
Ê, paralisia<br />
Ê, demência essa que tenho<br />
Ápice da afasia<br />
Tuas cores, teus sabores<br />
Muitas águas pões em meus lábios<br />
Meu desejo transformado em temores<br />
Ê, inferno da minha hora<br />
Ê, penhasco no meu desespero<br />
Bala da minha roleta russa<br />
Do pós-parto o desapego<br />
Teu rosto triste me faz querer-te<br />
Teu rosto alegre me faz também<br />
Bruxa desalmada<br />
Ardilosa, traiçoeira<br />
Que lança feitiços<br />
Haverá de ter me encantado em noite de solstício<br />
Haverá de me entregar à condenação no Dia do Juízo<br />
<br />
Bruxa, maldita!
Eu te amo.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-58875194931715749632012-05-25T15:14:00.003-07:002012-05-25T15:14:47.381-07:00Canção de nósQuando eu te vejo desperta o desejo de te ter mais uma vez
De te amar como jamais um dia amei
De te deitar e te embalar nessa canção de nós
De me entregar e confessar que no meu futuro não vejo razão
Que sem você o que virá não passará de escuridão
Que nunca mais hei de provar de nós nem na canção
Que para mim, ser só assim, só faz lembrar de ti
Que, cá pra nós, nunca haverá casal tão lindo assim
Que a luz dos olhos teus não mais serão pra mim
Que nessas ruas que espalhamos nosso amor
Não há mais vida, pois, a vida desandou
Que essa praça e essa calçada não verá amor
Como o nosso cheio de tudo o que pra Shakespeare faltouRodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-44816439363216469442012-05-25T15:02:00.001-07:002012-05-25T15:02:19.806-07:00O amor cortêsQuando quiseres ser amada
Basta um aceno, meu bem
E mais nada.
É prontidão
O que nessa amigável alma tem.
Zelo por ti, meu bem.
Sou teu sentinela.
E quero cuidar-te e rodear-te.
Seu Serviçal.
Quando quiseres o meu bem
Basta um aceno, amada.
E mais nada.
É satisfação
O que reside nessa alma pequena.
Rezo por ti, meu bem.
Sou este apaixonado.
E quero-te pra mim e pra sempre.
Seu somente.
Quando me quiseres pra ti
Basta um aceno, e vem.
Toma o que é teu.
É desejo
O que no meu corpo acende.
E transpiro por ti, coisa minha.
E sigo teus traços beijando.
Sou este esperando
O dia de te amar até o fim.
Seu pra sempre.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-17032926870723771872012-04-25T14:37:00.000-07:002012-04-25T14:37:13.674-07:00em relatórioConsta na pior parte de mim um orgulho por nada ter,
acompanhado de uma avareza do nada que tenho.
Consta na pior parte de mim uma capacidade de me forçar incapaz sempre que preciso.
Consta na pior parte de mim um ciúme que percorre veias,
pulsa no peito,
circula com o sangue e não sai,
represa.
Consta na pior parte de mim a vingança,
a ira,
o desprezo.
Olhando agora,
consta também,
na pior parte de mim,
omitir meus defeitos.
Constato, por fim,
que a melhor parte de mim,
é você.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-86554963946160432962012-03-31T08:16:00.002-07:002012-03-31T08:16:59.663-07:00Meus planos pra agora é sentar a vida numa cadeira de embalo.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-26122996887433385912012-02-22T13:41:00.002-08:002012-02-22T13:41:56.783-08:00SilêncioNão existe poesia mais tocante que o silêncio de um coração que ama.<br />
Se o poeta é de coração ferido, <br />
no peito faz-se a obra mais perfeita. <br />
Diz-se o que nunca foi dito.<br />
E nas folhas finas de uma alma abatida, <br />
o peito-poeta deita as letras lentamente em suas linhas. <br />
Numa calma e perícia de quem aprendeu lidar muito mais com a morte de cada dia, <br />
que com as ilusões da vida.<br />
A obra mais perfeita é a obra muda. <br />
É a obra que não se manifesta em palavras. <br />
É a obra calada que brada e chega a alcançar os calcanhares de Deus, <br />
que por misericórdia de um poeta, inclina os ouvidos e a recebe. <br />
Encontra na essência da obra, em meio a mágoas, dores, temores e lágrimas, <br />
a si mesmo.<br />
A poesia do peito é um clamor por salvação. <br />
<br />
<br />
Silêncio.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-64461697799632243442012-02-06T15:20:00.000-08:002012-02-06T15:20:33.059-08:00Não um poema. Um trecho.Sabe?! Acredito haver pessoas que são pontes. <br />
Ligam pessoas, coisas, circunstâncias...<br />
Acredito ser um desses. <br />
Talvez eu seja alguém que não seja o fim de alguém. <br />
Talvez eu não seja o destino de alguém. <br />
Talvez eu seja uma passagem. <br />
Um estágio.<br />
<br />
<br />
Pode ser que eu seja trafegável. Não seja estacionável.<br />
Pode ser que eu seja transitório. Não seja perpétuo.<br />
Pode ser que eu seja provisório. Não permanente.<br />
Pode ser que eu seja um abrigo. Não uma casa.<br />
Pode ser que eu seja um ponto. Não a estação.<br />
Pode ser que eu seja “um”. Não “o”.<br />
Pode ser que eu não seja. Eu esteja.<br />
Pode ser que eu não more. Eu me hospede.<br />
Pode ser que eu não seja uma viagem. Eu seja um passeio.<br />
Pode ser que eu não seja um descanso. Eu seja uma pausa.<br />
Pode ser que eu não seja uma Novela. Eu seja uma Mini-Série.<br />
Pode ser que eu não seja um sonho. Eu seja uma lembrança.<br />
Pode ser que eu não seja um filme. Eu seja um curta.<br />
Pode ser que eu não seja uma música. Eu seja vinheta.<br />
Pode ser que eu não seja um livro. Eu seja um folheto.<br />
Pode ser que eu não seja uma foto. Eu seja um rabisco.<br />
Pode ser que eu não seja férias. Eu seja folga.<br />
E em nada disso há menosprezo.<br />
Porque se sou isso, serei o melhor isso de tudo isso na vida de alguém.<br />
Quantas vezes for preciso.<br />
Até o fim.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-88857635563108403212012-02-06T15:15:00.001-08:002012-02-06T15:15:44.374-08:00Amor Fundamental e Médio.Se é Química, a fórmula das nossas ligações covalentes e a divisão atômica de elétrons radiantes, apaixonadamente iônica, percorre fluídos dos nossos metais no momento do encontro, confesso, ficam minhas molaridades trêmulas, desejosas de somas e divisões. <br />
<br />
E se na Biologia nos entrelaçamos em azinhos e azões, beijinhos e beijões. Nossa cadeia alimentar é à base de tua carne na minha e a minha na tua, nuas. Eis a perpetuação da nossa espécie. Num evolucionismo do amor e num criacionismo da vida soprada nas narinas de um novo homem, que sou. <br />
<br />
Se é coisa da Língua, a sintática sintética verdade objetiva e direta, seria: Eu te Amo. E mesmo que pareça transitivo, meu período é composto por subordinação ao sentimento mais puro. E adverbial de causa porque é de verdade o que digo. E consecutiva. Amo tanto que me ponho a escrever muito.<br />
<br />
Mas, se é coisa da Arte, meu sentimento é rupestre. Ainda é rabisco no que diz respeito ao tempo. Ainda crescerá, mas já se mostra beirando o Romantismo extremo. No calor da vontade, é ávido ao Naturalismo. No frio da distância é Abstracionista. No sonho de te ter só minha é Futurista. No encontro do beijo, é Surreal. <br />
<br />
Se for Matemático, não sei. Nunca fui bom em exatas. É capaz de cairmos em dízimas periódicas. Não saberei mais nada, além de nossas potências nos contatos e equações de segundo grau. Matriz minha, do amor. Se não houver correspondência, o meu problema será ser um conjunto vazio e não estar contido no teu universo. Deixado de lado, tu sendo o seno e eu a tangente. <br />
<br />
Se for Física, que nossas massas em repouso saiam do ponto A ao ponto G numa velocidade constante e que finde nossos vetores em ápices por segundo, na hora H.<br />
<br />
Se for Sociológico, lógico, o amor será socialista dividindo prazeres em partes iguais. Ao passo que seremos propriedade privada um do outro. Um relacionamento dialético. <br />
<br />
Se for Filosófico, meu amor será sem sofismas. E jamais será Platônico.<br />
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Mas desejo do fundo do meu coração que seja Histórico. E pra sempre. <br />
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Mas se for recreio, melhor ainda. Em 15 minutos consigo algo. Pelo menos o suficiente pra te fazer querer mais no fim dos tempos de hoje. Deus queria que saiamos cedo! Para termos mais tempo de revisar nossas matérias. <br />
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Não tiro da cabeça a tua formatura, criatura. E não vejo a hora dos estudos para o Vestibular. <br />
Revisões e revisões. Cursinhos, reforços e aulões.<br />
Que o fôlego não falte. Pois depois disso, na Universidade, escolherei um curso qualquer que tenha Anatomia. Aí os estudos serão com mais intensidade.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-76489196662839561552012-01-07T08:20:00.001-08:002012-01-07T08:23:08.167-08:00EdifíciosEdifícios <br />
Nossas estruturas se conjugaram<br />
Nossos vergalhões atravessaram <br />
As colunas da alma, traspassaram <br />
Dividimos paredes e nas áreas comuns de nós, <br />
percorrem as mesmas visitas, mesmos amigos<br />
Sob o mesmo teto nos abrigamos dos mesmos medos<br />
As chuvas de verão não invadem nossos cômodos<br />
<br />
Um encaixe perfeito, por meio de uma engenharia transcendente<br />
Plantas gêmeas <br />
Nossas medidas ficaram arquitetônicas<br />
Gaudinianas, de curvas espanholas, quentes, ventiladas<br />
<br />
Porcelana alva encontrei no chão do teu peito<br />
A cal cobre os muros que rodeiam o jardim do teu dorso <br />
E os baldrames que te baseiam, ancas fortes, suportam as amarrações <br />
E recebem o peso das minhas colunas<br />
As divisórias e reentrâncias da tua casa encaixam nas minhas<br />
E assim, tudo em nós é harmonia<br />
Tudo em nós é lugar bom de se viver<br />
Lugar bom de deitar<br />
<br />
Edifícios<br />
Nossas pinturas misturaram<br />
Nossos ornamentos combinaram<br />
As nossas portas sem abriram <br />
E que sejam bem vindos os que nos querem bem<br />
e para nenhum faltará lugar<br />
Sob o mesmo teto nos abrigaremos<br />
E as chuvas de verão não invadirão nossos cômodos.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-2493180135180572412011-10-18T16:12:00.001-07:002011-10-18T16:15:20.827-07:00VibratoNo escuro sei teu estado<br />
Sei teu olhar e o que tu queres<br />
Tudo isso pelo som do ar<br />
E o transpirar da tua pele<br />
<br />
No escuro sei teu momento<br />
Sei teu desejo, sou parte dele<br />
Tudo isso pelo bom de amar<br />
E de unificar corpos de dois seres<br />
<br />
Na claridade sei enxergar<br />
Aquilo que tens de singular<br />
Vejo tua alma, beijo tua pele<br />
De olhos fechados pra de tudo provar<br />
<br />
Na claridade sei revelar<br />
As tuas minúcias ao te arrepiar<br />
Guio teus gestos, tomo tuas mãos<br />
Te levo ao vibrato da nossa canção<br />
<br />
Na dormência consigo sentir<br />
Aquilo que o fogo bem sabe infligir<br />
Nada me escapa que venha de ti<br />
Sou chama que estala sem consumir <br />
<br />
Na carência sei te suprir<br />
Tu tens uma fonte que se sente sem fim<br />
Sou prontidão, sou servidão<br />
Nascido e criado, destinado a paixão<br />
<br />
Na noite, no dia, no torpor e na agonia<br />
Sou tudo o que precisas <br />
Teu mantimento, uma despensa viva<br />
<br />
Será minha sina <br />
<br />
Morrer alimento <br />
para cumprir o destino da vidaRodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-60247370714254683382011-08-19T13:12:00.000-07:002011-08-19T13:12:53.308-07:00CarnalRasante <br />
resvalo <br />
em teu peito<br />
<br />
Fino, <br />
separa-nos um fio<br />
<br />
O espaço - pouco<br />
Teus pelos - claros<br />
A face - leve<br />
A noite – curta<br />
As mãos - a ponte<br />
Teu seio – aponta<br />
Teu jeito – e porte<br />
<br />
Compreendo a linguagem da tua massa<br />
Teus abalos, os tremores da tua terra<br />
E a firmeza do teu beijo<br />
<br />
Sei tudo o que dizes<br />
Até quando não dizes<br />
<br />
E calmo, <br />
me mantenho<br />
<br />
Na sondagem da estrutural formatura<br />
Na tontura da escultural curvatura<br />
No infindável louvor da formosura<br />
Da imagem do amor e sua lisura<br />
que deita<br />
e beija<br />
As minúcias da fraca musculatura<br />
As sacras imagens nos olhos, a iluminura<br />
As mãos calejadas desta pobre criatura <br />
que te quer<br />
e te ama<br />
E sabe mais do que te fazer mulher<br />
E muito mais do que os atalhos da cama<br />
Te sabe tanto no trato selvagem, <br />
quanto no cuidado de dama<br />
Sabe rodear-te em cortejo<br />
E sabe beijar o teu beijo<br />
E o coração<br />
Sabe tocar o teu corpo<br />
Tocar teus sentidos <br />
E em seguida, <br />
canção.<br />
Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-21099235301047065642011-08-10T15:16:00.001-07:002011-08-10T15:20:27.692-07:00InflamávelEi, <br />
me consuma<br />
me desgasta<br />
me esgota<br />
me acaba<br />
<br />
Ei, <br />
me abata<br />
me mata<br />
me farta<br />
<br />
Ei, <br />
me tortura<br />
me toma<br />
me cala<br />
<br />
Músculos, <br />
tendões <br />
e poros<br />
salientes<br />
<br />
Abrasando<br />
no perigo inflamável<br />
do encontro dos corpos<br />
<br />
E a língua como o fósforo<br />
em arrasto faiscante<br />
no campo da tua pele<br />
<br />
Incendeio<br />
<br />
E que queime até o limite suportável da dor<br />
E que se alastre até o limite insuportável do limite<br />
E que só se apague no surgimento de outra labareda<br />
<br />
Ei, <br />
me rescalda<br />
me acalma<br />
me abranda<br />
<br />
Ei, <br />
me pacifica<br />
me tranquiliza<br />
me adormece<br />
<br />
Ei,<br />
me silencia<br />
me abraça<br />
<br />
e dorme comigo.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4291702395669963034.post-54594051733433203612011-07-14T09:09:00.000-07:002011-07-14T09:09:42.462-07:00Deixa assimQueria mesmo era saber como tão fácil tu me deixa feliz.<br />
Não sei se sou fácil pra alcançar felicidade, ou se fácil tu me alcanças e me leva pra ela.<br />
E queria entender como num olhar teu eu já me sinto bem.<br />
Não sei se é luz ou se é encanto o que tu lança em mim com esses teus olhos.<br />
Nem sei se é intencional, ou se sou eu que anseio tanto enxergar toda essa magia em ti.<br />
Queria ver o que há de espiritual no teu sorriso, que me toca a alma. E deixa mudo o meu juízo.<br />
Ou se sou eu que já expus à nudez minh'alma para ti. <br />
E meu juízo, resolvo adormecer para poder justificar minha loucura.<br />
<br />
Pode ser mesmo loucura. <br />
E posso ter me perdido faz tempo.<br />
<br />
Só sei que não volto mais. <br />
<br />
Não sei se é você, ou se sou eu que quero tudo isso e tenho.<br />
E se tu me dá tudo isso, sem saber.<br />
<br />
Não sei se sou eu. <br />
<br />
Mas deixa assim.Rodrigo Souzahttp://www.blogger.com/profile/07810324422424901830noreply@blogger.com0