sábado, 7 de janeiro de 2012

Edifícios

Edifícios
Nossas estruturas se conjugaram
Nossos vergalhões atravessaram
As colunas da alma, traspassaram
Dividimos paredes e nas áreas comuns de nós,
percorrem as mesmas visitas, mesmos amigos
Sob o mesmo teto nos abrigamos dos mesmos medos
As chuvas de verão não invadem nossos cômodos

Um encaixe perfeito, por meio de uma engenharia transcendente
Plantas gêmeas
Nossas medidas ficaram arquitetônicas
Gaudinianas, de curvas espanholas, quentes, ventiladas

Porcelana alva encontrei no chão do teu peito
A cal cobre os muros que rodeiam o jardim do teu dorso
E os baldrames que te baseiam, ancas fortes, suportam as amarrações
E recebem o peso das minhas colunas
As divisórias e reentrâncias da tua casa encaixam nas minhas
E assim, tudo em nós é harmonia
Tudo em nós é lugar bom de se viver
Lugar bom de deitar

Edifícios
Nossas pinturas misturaram
Nossos ornamentos combinaram
As nossas portas sem abriram
E que sejam bem vindos os que nos querem bem
e para nenhum faltará lugar
Sob o mesmo teto nos abrigaremos
E as chuvas de verão não invadirão nossos cômodos.

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