quinta-feira, 14 de julho de 2011

Deixa assim

Queria mesmo era saber como tão fácil tu me deixa feliz.
Não sei se sou fácil pra alcançar felicidade, ou se fácil tu me alcanças e me leva pra ela.
E queria entender como num olhar teu eu já me sinto bem.
Não sei se é luz ou se é encanto o que tu lança em mim com esses teus olhos.
Nem sei se é intencional, ou se sou eu que anseio tanto enxergar toda essa magia em ti.
Queria ver o que há de espiritual no teu sorriso, que me toca a alma. E deixa mudo o meu juízo.
Ou se sou eu que já expus à nudez minh'alma para ti.
E meu juízo, resolvo adormecer para poder justificar minha loucura.

Pode ser mesmo loucura.
E posso ter me perdido faz tempo.

Só sei que não volto mais.

Não sei se é você, ou se sou eu que quero tudo isso e tenho.
E se tu me dá tudo isso, sem saber.

Não sei se sou eu.

Mas deixa assim.

sábado, 2 de julho de 2011

Falando em escrever...

Há quem escreva desejando a ponte
Desejando a fuga e o livramento
Desejando o provimento e a expurgação

Desejando o fim da represa
A imensidão de um campo aberto
A sombra, o descanso e o amansamento

Há quem escreva no anseio da comunhão com a paz
E quem dedique um tempo a escrever
Para que não reste tempo de ser só

E os que pelejam no garimpo das palavras
E os que suam no andaime da construção na folha em branco
Tudo isso para que não reste tempo de viver

E nas linhas da escrita carregam seus baldes transbordando mágoas
Correm, e no balanço do corpo, na velocidade e agitação da fuga
Deixam mágoas caídas pelo chão da folha em branco

Há quem escreva pelo desejo
E quem escreva por amor
E quem escreva por sofrer