Hoje a saudade não me escapa
Hoje tem hora marcada
A saudade terá fim
Amarrarei um laço nela
Darei golpes de fivela
Amassarei tampa de panela
Se bobear
Arrisco um chute de trivela
E lá vai ela
Quica, Saudade!
Quica!
Hoje esmago essa saudade
Hoje nenhum pingo de bondade
Nem caldo da caridade
Hoje nem escuto
Nem falo
Hoje a saudade desce pelo ralo
Vou matar sem piedade
Não pedirei nem resgate
E lá vai ela
Sangra, Saudade!
Sangra!
Sangra, que a morte é o que há de certo
Até o nascimento doutra
Até fingir-se pouca
Em minha eterna triste sorte
De ser criadouro das tuas criaturas
De sempre ver tuas nascituras
E me fazer crer que um dia há de morrer
A última cria tua
Nasce, Saudade!
Nasce!
Morre, Saudade!
Morre!
morre, nasce, morre, nasce saudade...
ResponderExcluirclap clap clap clap (palmas com todos de pé pra sua poesia)
Ótimo texto, ótimas rimas, de uma sonoridade invejável. Parabéns, Rodrigo! ;)
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