quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tudo é tão pouco


Tudo é tão pouco
E tampouco tudo é algo
E por tão pouco tudo entrego
E de tudo um pouco sinto falta
Mesmo estando pouco atento
Em momentos que me ausento
Aquele pouco me acalma

Tudo é tão vago
E decerto tudo é triste
E se por mais nada a vida insiste
Entrego os pontos e me calo
E mesmo estando em ponto de partir
Sei que em momentos há de vir
Aquele ponto que me acalma

Tudo é tão pobre
E dos mais pobres sou mendigo
E dos mendigos o mais faminto
E dos famintos o mais fraco
E dos mais fracos o mais sofrido
Peço aquele pouco e mais nada

Tudo é tão falho
Tudo é tão inacabado
Tudo é tão vazio
Em mim
Que chego ao ponto que me acabo
Abro mão do que vivi
E de tudo o que cri
E eis que chego ao ponto
Que de pronto vê-se o fim
Desse pranto amargurado   
Chego ao ponto que confio em Ti

Deus,
Tudo em mim é falho
Tudo em mim é nada

Deus,
Tudo a Ti!   

Um comentário:

  1. Esse poema é espetacular. Do tipo que mais gosto, com uma série de jogo de palavras, com sentidos surgindo aos montes, cheios de verdadeira emoção.
    Parabéns!

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