quinta-feira, 30 de setembro de 2010

E Sofre


O poeta nasce e vive para o sofrimento
Na maternidade o primeiro choro é da dor que dá
Por ser quem é
E sofre. 
O choro dele é mais longo e sofrido
Faz também longa e sofrida a noite dos pais,
Pois tem mais drama pra sentir
E compartilhar

Sua vida será de encantamento
De flagelo em sentimento  
De paixão talhada em pedra
Ou amor ficcional

Para o poeta, a noite é aflição
Começa no berço o prantear
Enquanto o mundo - dorme.
Ele - sofre.

Sim, nasce-se poeta
Sua cruz eterna é ser quem é

Ele pode dar voltas
Ignorar seu penar
Mas sempre volta à noite lagrimar

Sofre por amar
Por não amar
Por ser amado
Por não ser amado
Por querer
Por não querer
Por sentir
Por não sentir
E é assim a cruz de quem nasce para o martírio de ser quem é 

Ser poeta

E sofre.

Um comentário:

  1. Caaaara, cada texto melhor que o outro. Gostei bastande desse pois me identifico, ser poeta é realmente carregar uma cruz que não tem forma, mas pesa.
    Parabéns! ;)

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