sábado, 2 de julho de 2011

Falando em escrever...

Há quem escreva desejando a ponte
Desejando a fuga e o livramento
Desejando o provimento e a expurgação

Desejando o fim da represa
A imensidão de um campo aberto
A sombra, o descanso e o amansamento

Há quem escreva no anseio da comunhão com a paz
E quem dedique um tempo a escrever
Para que não reste tempo de ser só

E os que pelejam no garimpo das palavras
E os que suam no andaime da construção na folha em branco
Tudo isso para que não reste tempo de viver

E nas linhas da escrita carregam seus baldes transbordando mágoas
Correm, e no balanço do corpo, na velocidade e agitação da fuga
Deixam mágoas caídas pelo chão da folha em branco

Há quem escreva pelo desejo
E quem escreva por amor
E quem escreva por sofrer

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