Há quem escreva desejando a ponte
Desejando a fuga e o livramento
Desejando o provimento e a expurgação
Desejando o fim da represa
A imensidão de um campo aberto
A sombra, o descanso e o amansamento
Há quem escreva no anseio da comunhão com a paz
E quem dedique um tempo a escrever
Para que não reste tempo de ser só
E os que pelejam no garimpo das palavras
E os que suam no andaime da construção na folha em branco
Tudo isso para que não reste tempo de viver
E nas linhas da escrita carregam seus baldes transbordando mágoas
Correm, e no balanço do corpo, na velocidade e agitação da fuga
Deixam mágoas caídas pelo chão da folha em branco
Há quem escreva pelo desejo
E quem escreva por amor
E quem escreva por sofrer
eu escrevo 'Para que não reste tempo de ser só'
ResponderExcluirsou tua fã, querido!