segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Todas Elas

Veja! Ali! Aquelas!
São de belezas tão modestas.
São de modos acanhados. 
De pequenos risos.
Andam juntas porque sozinhas são mais frágeis.

E aquelas! Bem ao lado do morro.
Se excluem. Se isolam.
E nisso está toda a beleza.
Aquele pedaço é todo delas.

E aqui. Essas, com seus corpos celestiais
Formam linhas que fazem a imaginação delirar.
O céu.

Acolá, aquelas parecem chorar. 
Minguando.
Parecem lamentar não ser Dalva.
Dalva é linda. Toda linda.
Toda entregue. Radiante.
Beleza ofuscante.
Dalva é esplendor. 
Desejada. 
Também a quero.
Como todos querem. 
Quero dormir com ela.

Ao sul, Solene.
A cruz, o Cruzeiro.
Sou como devoto.
E de tanto olhar. E cobiçar. Faço o sinal da cruz.
Deus, que me afaste do pecado.

São tantas. 
Quero todas.
Em minhas mãos. 
Nuas.
Minhas.
Fito os olhos nelas. 
Quero-as todas.
Quero todas e cada uma.
Quero-as para te dar.
Todas elas. 
Do céu. As estrelas.

2 comentários:

  1. Esse poema me lembrou muito Vinicius... ;)
    Lindíssimo e instigante. Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Ôoooo, sensacional. Não sabia q tu escrevias poemas também. Gostei bastante do estilo e do texto em si.
    Já salvei nos favoritos, lerei com calma os demais textos.

    Abs e valeu pela consideração.

    ResponderExcluir