quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Inflamável

Ei,
me consuma
me desgasta
me esgota
me acaba

Ei,
me abata
me mata
me farta

Ei,
me tortura
me toma
me cala

Músculos,
tendões
e poros
salientes

Abrasando
no perigo inflamável
do encontro dos corpos

E a língua como o fósforo
em arrasto faiscante
no campo da tua pele

Incendeio

E que queime até o limite suportável da dor
E que se alastre até o limite insuportável do limite
E que só se apague no surgimento de outra labareda

Ei,
me rescalda
me acalma
me abranda

Ei,
me pacifica
me tranquiliza
me adormece

Ei,
me silencia
me abraça

e dorme comigo.

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